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A Física Quântica na Gestão Empresarial - Agosto/2004

Criada em 1900 por Max Planck, a Física Quântica constitui a base de toda a física moderna. Planck afirmava que a energia radiante tem, como matéria, uma estrutura descontínua que só pode existir sob a forma de átomos.

Albert Einstein, ao propor a Teoria da relatividade, estabelece, prioritariamente, o nuclear do ser humano em sua dimensão holística (do grego "holis" = totalidade). Feitos de matéria estelar, somos todos filhos do sol, como intuiam os Incas e os Maias.

O universo quântico é um mundo de processos e não de coisas isoladas; de relações criativas e não de estruturas rígidas; de flexibilidade e procura do significado e não de força ou poder. Portanto, rigidez de estruturas, controles, hierarquias e autoritarismos não combinam com a empresa quântica. E ela só pode ser quântica na medida em que for o oposto das proposições da dupla Fayol-Taylor. Caso contrário, ela não conseguirá ser competitiva e acompanhar a dinâmica da evolução; da complexidade e da relatividade. O papel do dirigente quântico é o de remover obstáculos; fazer as pessoas se engajarem no processo de criação de sua própria realidade, que é a realidade da empresa, além de estabelecer mecanismos de participação em todos os níveis da estrutura organizacional.

A partir de relacionamentos não-autoritários, as pessoas ficam mais propensas a buscar harmonia, a ouvir e a discutir. Os processos grupais de discussão livre, sem barreiras, censuras ou críticas sempre fazem emergir algo de novo e produtivo. O conhecimento passa a ser matéria prima para tudo, inclusive para que se produza mais conhecimento. A partir daí, portanto, a empresa fica mais inteligente e com capacidade de agir diante da informação, sem esperar as "ordens de cima".

Eliyahu Goldratt, consultor israelense, autor do bestseller "A Meta", conta que perguntou a um leitor se ele já tinha implementado alguma das idéias propostas no livro. E a resposta foi que não. Goldratt, então, perguntou: "Por que não" - E o leitor respondeu: "É porque o meu chefe não deixa!" - O mais irônico e paradoxal é que o mesmo chefe foi quem lhe tinha dado o livro de presente! - Isso tem um nome: chama-se conformismo!

Clemente Nóbrega, físico e administrador de empresas, pergunta e responde o seguinte: "De que adianta recomendar a alguém burro que fique mais inteligente? Na prática, a burrice consegue transformar em burrice até a inteligência contida nas boas recomendações que recebe!"

Este artigo pode produzir distúrbios físicos e emocionais em dirigentes que não podem ser contrariados e, principalmente, aqueles que são arrivistas, prepotentes, autoritários e resistentes a mudanças!


Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Consultor de Empresas para Programas de Engenharia da Qualidade, Antropologia Empresarial e Gestão Ambiental.
Site http://www.paulobotelho.com.br/