CONGRESSO DE SECRETÁRIAS

XII CONSEC

Aroma de modernidade

Acabamos de realizar mais um Congresso Nacional de Secretariado, o 12º, em mais de vinte anos de história e estamos muito felizes com os resultados que vieram da participação dos profissionais da área, estudantes e aposentados.

É bastante positivo constatar o comprometimento dos profissionais de secretariado não só com a profissão que escolheram, como também com a sociedade na qual estão inseridos.

A presença de 1.200 inscritos, de todo o Pais e do exterior foi considerada um sucesso, levando-se em conta os difíceis dias que vivemos no Brasil.

Nós também do SINSESP e da FENASSEC teríamos, talvez considerado um sucesso, caso não tivéssemos - por sermos organizadores - recebido diversos telefonemas, emails, fax, de profissionais da cidade de São Paulo e região, manifestando o desejo de participar do Congresso e não poder.

No início dessas ligações - todas com um tom diferente - pensávamos que a crítica situação financeira dos trabalhadores fosse a causa, e a cada contato, tentávamos ajudar para que o profissional participasse.

Esmiuçando um pouco mais as ligações chegamos à constatação dos cortes na área de treinamento, em boa parte dos casos, consequentemente em um número significativo de empresas, todas de médio e grande porte.

Quando imaginamos que já havíamos detectado todos os fatores que estavam inviabilizando a participação dos profissionais, descobrimos quase que por acaso o que se poderia considerar o maior impedimento: o Executivo não permitia o treinamento, para não ficar sem o profissional na empresa!

Lamentavelmente, num dos estados que se propõe a ser o mais avançado, a mentalidade empresarial de significativa parcela do empresariado é atrasada, tacanha e desatualizada, a ponto de preferir um profissional sem treinamento, a perder um dia e meio das melhores atividades já realizadas em São Paulo para os profissionais de secretariado de todo o País.

Ficamos assustados em perceber que um Congresso concebido, inclusive com a preocupação do profissional de secretariado não necessitar se ausentar o dia todo do trabalho, ainda fosse encontrar esse tipo de resistência.

Na verdade as atividades se iniciaram no dia 7 às vinte horas, no dia 8 das 14 às 19 horas, nos dias 9 e 10, cada participante montava o horário que melhor conviesse para si e para sua empresa e dia 11, dia do encerramento, era um sábado. Isso acarretava de ausência, no máximo 1 dia e meio de trabalho.

A FENASSEC e seus sindicatos filiados, possuem know-how internacional, admirado e imitado por muitos países, nos 5 continentes, possui dados e conhecimento da categoria profissional que representa, que nem as áreas de trabalho do estado e federal possuem, além de desenvolver, ininterruptamente, programas de atualização e desenvolvimento em todas as áreas de atuação de secretários, assessores, assistentes e auxiliares, considerados de vanguarda no cenário mundial.

Mas parece que isso não interessa ao empresariado de São Paulo. Parece que eles não estão mesmo em situação difícil, precisando aprender melhor a lidar com as preferências dos clientes, melhorar os produtos, atender as responsabilidades sociais que uma empresa deve atender nos dias atuais, se preocupar com ética e cidadania, ou mesmo, apenas ter lucro.

Os profissionais de secretariado que poderiam ter participado, sem nenhuma dificuldade de treinamentos oferecidos durante o Congresso, ministrado por pessoas de renome nacional e internacional perderam, mas foi apenas uma perda temporária, porque seguramente eles terão outras oportunidades oferecidas pelos sindicatos e pela FENASSEC, além de poderem verificar o que foi apresentado, através do site da FENASSEC ou do SINSESP.

As empresas e executivos que tiveram essa atitude pequena, mesquinha, perderam para sempre. Pois os lucros que teriam obtido após o Congresso, decorrente do dia e meio de aprendizado, seguramente não se recuperam.

É lamentável, que em uma época de tamanha necessidade de atualização, para conhecer melhor as especificidades de cada segmento, tenhamos empresários e executivos agindo desta maneira.

Fica aqui o questionamento? Reclama-se demais da baixa qualificação do trabalhador. Mas quem no Brasil, ou melhor em São Paulo, quer trabalhar com gente qualificada? Quem cuida da qualificação, aperfeiçoamento e atualização dos empresários e executivos?

Você como profissional de secretariado tem mais uma tarefa. Comece a sugerir treinamento para seu Executivo. Deixe na mesa dele, para que veja, quando tiver tempo, os cursos que existem por ai... Será uma excelente atitude para colaborar na transformação do "chefe" para o Executivo que o mercado atual exige, para que modernidade não seja apenas algo abstrato.